Este é o penúltimo post da nossa série "Vanguardas" que dá continuidade com o tema Futurismo....
(A cidade se levanta-Umberto Boccioni-1910)
Movimento artístico e literário que possui data de origem em 20 de Fevereiro de 1909 devido à publicação do Manifesto Futurista pelo poeta italiano Filippo Marinetti.O Futurismo rejeita o moralismo do passado,baseando suas obras na velocidade e no desenvolvimento tecnológico do século XIX.
(Dinamismo de um automóvel-Russolo)
A violência presente nos tempos modernos,a realidade caótica e barulhenta das grandes cidades também são elementos presentes nas obras e poemas deste movimento.É possível ver o mix de cores fortes de maneira desordenada e sem uma estética ou pincelada definida,o que causa a sensação de conturbação no observador.
Além dos artistas mencionados como Umberto Boccioni e Filippo Marinetti,o Brasil também teve algumas influencias deste movimento em obras de Oswald de Andrade e Anitta Malfati que são ícones do modernismo nacional.Confira abaixo um trecho do texto de estilo Ode de Alvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa):
Ode Triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgíllo dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinqüenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma. (...)
Amigos,por hoje é só.Se ficou alguma dúvida sobre o assunto,basta nos enviar um e-mail ou deixar na caixa de comentários logo abaixo.Amanhã é Sexta e dia do ultimo post que é o Surrealismo.Beijos e abraço.
Por: Claus Hetfield
Por: Claus Hetfield
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